quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Texto: Propaganda enganosa


por Elaine Reis (professora de dança de salão e proprietária da Academia Pé de Valsa)

Não citarei o nome real das pessoas e das empresas, pois o meu intuito neste texto não é denegrir ninguém, mas valorizar toda uma classe profissional e empresarial da dança de salão.
Precisamos ter postura ética para que a nossa cultura possa continuar perpetuando, e também alertar as pessoas que estão no caminho contrário a mudar sua posição.
Há algum tempo, chegou à academia Pé de Valsa do Carlos Prates uma senhora com a sua filha querendo conversar com o (a) dono (a). Apresentei-me e o diálogo começou. Ela disse: “Minha filha adora dançar, é muito talentosa, mas os nossos recursos são poucos.”
Resumindo a história, a garota estava sendo bolsista em uma determinada academia onde foi prometido vale transporte, aula de balé, aula particular de “nivelamento” e outras vantagens que prefiro não citar. A mãe, com os olhos cheios de lágrimas, disse que a sua filha já estava a seis meses neste lugar e nada do prometido fora cumprido. E, para piorar, houve dias em que o proprietário deste estabelecimento pediu a ela para limpar a sala de aula.
Fiquei chocada! Com o coração despedaçado, expliquei calmamente como funcionava a escola e abri as portas, caso este fosse realmente o seu interesse.
O tempo passou e esta bolsista já esta há dois anos na academia e, para a nossa surpresa, a mesma cena se repetiu há poucos dias.
No final da noite estava saindo da unidade filial (Carlos Prates) em direção à matriz (Cidade Jardim) e um casal de bolsistas pediu carona para o ensaio com o professor Léo.
No meio do caminho, o rapaz me disse que tinha ido ao baile de fulano de tal e que lá perguntaram de qual academia ele era, pois dançava muito bem.
O rapaz explicou que era bolsista da academia Pé de Valsa e, sem nenhum escrúpulo, o proprietário começou a chamá-lo para mudar de empresa e disse que a sua tinha vale transporte, aula de balé, aula particular de “nivelamento”...... Imediatamente a mesma moça que estava dentro do carro disse: “Esta conversa eu já conheço e explicou para o rapaz a sua experiência dentro desta “concorrente”.
Preciso falar mais alguma coisa?

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