segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Texto: Tradição x Modernidade


por Elaine Reis (professora  de dança de salão e proprietária da Academia de Pè de Valsa)

Já escrevi sobre o que vou dizer agora, mas foi em um período que não possuía a preocupação de guardar os textos. Assim tomo a liberdade de tentar colocar um assunto que só este ano já me rendeu bons frutos de trabalho.
Apesar de toda modernidade e tecnologia que as festas hoje possuem, a valsa continua resistindo e está em alta.
Quinze anos, casamentos e formaturas, muitas pessoas conquistaram o desejo de dançar com graciosidade e harmonia para seus convidados.
A inovação chegou para valer nas festas, começando pelos convites cada dia mais criativo, vestidos sociais curtíssimos. Não existe a necessidade de aquentar o salto alto por toda noite e as sandálias “havaianas”, depois de um determinado horário, tomam conta das pistas de dança. Os enfeites brilhantes, perucas, óculos, gravatas, coroas, arcos tornaram-se festa um grande cenário de animação.
Música ao vivo com banda-show, DJs renomados, pista com luzes de discoteca, e às vezes uma participação de um conjunto, cantor renomado e às vezes até batucada de escola de samba.
Salões bem ornados, comida de vários países, bebida variada. Em algum canto do recinto ainda podemos encontrar profissionais especializados em coquetéis e garçons diferenciados, com uniformes exuberantes e uma beleza plástica intocável.
Existe uma preocupação até dentro dos banheiros, maquiadoras a postos para retocar a maquiagem, além de oferecer balas, fio dental, absorvente, grampo...
Apesar de toda sofisticação, no meio da festa, todos param para ela chegar:
A Valsa.
Sem sombra de dúvida é o momento central da festa. Parentes e amigos íntimos fazem parte deste ritual.
Para os mais velhos uma forte emoção, para alguns jovens um momento de glamour e para outros a hora da gozação. Tudo faz parte.
       Não posso negar que os mais modernos, os que dedicam mais tempo para ensaios de coreografias já estão escolhendo outros ritmos como tango, chorinho, bolero, salsa, lambada, mas a valsa ainda é a mais escolhida.
Como meu filho tem quinze anos, este ano agradeço-lhe, pois já conseguiu divulgar para muitas colegas o trabalho da mãe.
Os grandes clubes de BH estão retornando à moda de antigamente e fazendo a festa de debutante coletiva. Uma música triunfante, voz firme de um locutor anunciado o nome de cada aniversariante e o pai a beira da escada esperando sua preciosidade para mostrá-la a sociedade. Assim, quinze pares vão desfilando e posicionando no grande salão para início da valsa.
O mais precioso destes eventos é o encontro das gerações. Tenho grande satisfação em preparar a dança e participar deste momento mágico. Não tem preço ver um avô com a neta, o pai dançando com a noiva, a mãe com formando. Esta energia me alimenta e me dá mais força para seguir meu destino nesta vida: levar interação e alegria através da dança de salão.

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