sexta-feira, 17 de julho de 2009

Em Tribo Mãe sempre cabe mais um.

por Elaine Reis - Academia Pé de Valsa/BH/MG

A meu ver é a tribo mais diversificada que conheço.
Todas as idades, credos, classes sociais, raças; profissionais e amadores; sexuados, assexuados e gls; tristes, alegres, deprimidos, chatos, sedutores, tímidos, fedorentos, cheirosos, elegantes, cafonas, enfim todos em um mesmo ambiente, sem distinção e preconceito.
O baile, como encontro da tribo mãe, é a melhor tradução da palavra democracia, é o acolhimento de pessoas que buscam contato de pele, de corpo. Aqui não existe máquina, nenhum robô poderá dar este laço orgânico.
Sem sombra de dúvida, quem dança é mais feliz, o convívio com esta tribo proporciona às pessoas de características negativas, em pouco tempo, a se verem em uma aventura onde o desabrochar da vida culmina em alta estima. Problemas são solucionados sem uma explicação exata.
Os encontros são múltiplos, sem barreiras para todos os gostos. Fraternais ou maliciosos. Mãe dançando com filho, pai dançando com filha, avó (ô) com neto (a), casais de namorados, casais de antigas bodas, solteiros a “caça”, sonhadoras esperando o príncipe encantado, tio “fanta” procurando a sua gata, senhoras com sarados, parece mentira, todos abraçados e envolvidos pela tribo Mãe.
Tribo que é generoso para agradar os mais diversos gostos, assim, encontrou o reduto do forro, tango, zouk, salsa ou as grandes gafieiras onde grandes músicos nos dão oportunidade de interpretar todos os ritmos em um só local.
Tribo onde a originalidade se faz presente em cada evento. Festas decoradas ou idealizadas por temas: Saia rodada, cabelo doido, junino, aniversários, namorados, mães, fantasia, melhor idade, natal, pré reveilon, noite árabe... Assim as pessoas se desdobram para entrar no clima, saindo da sua rotina diária.
Em Belo Horizonte, por causa da nossa cultura, há pouca casa noturna e o encontro desta tribo acaba sendo realizada nos eventos das próprias academias especializados no ensino da dança de salão, mesmo assim 30% apenas dos alunos é que freqüentam os bailes, mas isto já é tema para outro texto.

Elaine Reis é instrutora especializada em dança de salão da "Academia Pé de Valsa"- BH - divulgando a dança como forma de cultura, arte e lazer.

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