segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Texto: Obrigação x Prazer


por Elaine Reis (professora de dança e proprietária da Academia Pé de Valsa)

Tem chegado aos meus ouvidos que as pessoas responsáveis pelo nosso sustento (alunos) não estão indo aos bailes, pois estão se sentido repudiados pelos bolsistas, já que eles estão demonstrando uma profunda insatisfação em dançar com os mesmos.
Existem empresas que marcam um determinado horário para os bolsistas dançarem nos bailes com seus alunos. Ou seja, depois de certo horário, os mesmos podem escolher apenas as mulheres /homens que desejam para dançar.
Sabemos que por trás desta tarefa, existe uma permuta de direitos e deveres que não está na hora de ser abordada neste texto. Bem, vou contar um fato que aconteceu comigo no Rio de Janeiro. Como o meu objetivo não é denegrir ninguém e sim alertar à nossa classe sobre alguns fatos importantes, não darei nomes aos bois. Narro um fato que, se não tivesse acontecido comigo, eu não acreditaria.
Fui ao Rio com objetivo de tirar visto para o meu filho no consulado americano, já que o mesmo fará um intercâmbio. Tudo programado antecipadamente, esta viagem coincidia com o recesso de julho da academia. Dessa forma, neste período tive a oportunidade de viajar também com duas professoras da empresa que faziam cursos de aperfeiçoamento.
Sábado fomos a um baile na Lapa. As duas professoras foram chamadas pra dançar diversas vezes por vários dançarinos bolsistas desta escola. Como eu estava acompanhada de meu marido, não fui chamada para dançar, até que uma das professoras avisou a um dos dançarinos que não teria problema me convidar para dançar. Tive a oportunidade de dançar algumas vezes, é lógico que muito menos que as meninas que me acompanhavam.
Para espanto das minhas professoras, depois de um determinado horário, ninguém mais as chamaram para dançar. Ficou muito claro a obrigação que os bolsistas tinham de chamar as pessoas pra dançar até certo horário... O sentimento de rejeição e decepção foram comprovados sem nenhum pudor. A pergunta que ficou pra nós foi: “Então eles estavam dançando o tempo todo por obrigação e não por prazer?”  
Acho que a maioria dos dançarinos/bolsistas não tem a menor noção destes fatos. Será que os mesmos têm este tipo de comportamento enquanto estão dentro da sala de aula aprendendo, aprendendo, aprendendo sem ter nenhum custo sobre este novo conhecimento oferecido?
Precisamos fazer uma “limpeza na casa” e uma coisa é certa: “A confusão é aquele estado maravilhoso que antecede a clareza” (Joe Vitale)

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