Texto: Obrigação x Prazer
por Elaine Reis (professora de dança e proprietária da Academia Pé de Valsa)
Tem chegado aos meus ouvidos que as pessoas responsáveis pelo nosso
sustento (alunos) não estão indo aos bailes, pois estão se sentido
repudiados pelos bolsistas, já que eles estão demonstrando uma profunda
insatisfação em dançar com os mesmos.
Existem empresas que marcam um determinado horário para os
bolsistas dançarem nos bailes com seus alunos. Ou seja, depois de certo
horário, os mesmos podem escolher apenas as mulheres /homens que desejam
para dançar.
Sabemos que por trás desta tarefa, existe uma permuta de direitos e
deveres que não está na hora de ser abordada neste texto. Bem, vou
contar um fato que aconteceu comigo no Rio de Janeiro. Como o meu
objetivo não é denegrir ninguém e sim alertar à nossa classe sobre
alguns fatos importantes, não darei nomes aos bois. Narro um fato que,
se não tivesse acontecido comigo, eu não acreditaria.
Fui ao Rio com objetivo de tirar visto para o meu filho no consulado
americano, já que o mesmo fará um intercâmbio. Tudo programado
antecipadamente, esta viagem coincidia com o recesso de julho da
academia. Dessa forma, neste período tive a oportunidade de viajar
também com duas professoras da empresa que faziam cursos de
aperfeiçoamento.
Sábado fomos a um baile na Lapa. As duas professoras foram chamadas pra
dançar diversas vezes por vários dançarinos bolsistas desta escola. Como
eu estava acompanhada de meu marido, não fui chamada para dançar, até
que uma das professoras avisou a um dos dançarinos que não teria
problema me convidar para dançar. Tive a oportunidade de dançar algumas
vezes, é lógico que muito menos que as meninas que me acompanhavam.
Para espanto das minhas professoras, depois de um determinado horário,
ninguém mais as chamaram para dançar. Ficou muito claro a obrigação que
os bolsistas tinham de chamar as pessoas pra dançar até certo horário...
O sentimento de rejeição e decepção foram comprovados sem nenhum pudor.
A pergunta que ficou pra nós foi: “Então eles estavam dançando o tempo
todo por obrigação e não por prazer?”
Acho que a maioria dos dançarinos/bolsistas não tem a menor noção destes
fatos. Será que os mesmos têm este tipo de comportamento enquanto estão
dentro da sala de aula aprendendo, aprendendo, aprendendo sem ter
nenhum custo sobre este novo conhecimento oferecido?
Precisamos fazer uma “limpeza na casa” e uma coisa é certa: “A confusão é
aquele estado maravilhoso que antecede a clareza” (Joe Vitale)
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