sexta-feira, 17 de julho de 2009

Baile baixa frequência

por Elaine Reis - Academia Pé de Valsa/BH/MG

Quem viveu uma época não tão distante assim, questão de trinta a quarenta anos atrás, sabe como os grandes bailes eram lotados.
Chantecler, Montanhês, Associação dos Datilógrafos, A.E.C., D.I, Clube do Sargento, dos Oficiais, dos Feirantes, Ideal, Orion, Tecelões, Automóvel Clube, Colônias Italianas e Portuguesas, Estrela, Elite, Janela da Saudade, Fascinação, Cassino, Cabaré Mineiro são exemplos dos anos dourados de nossa sociedade.
Hoje em BH, perdemos as nossas gafieiras por falta de público. Antigas casas. como o Fantasy e Nova Camponesa, fazem das tripas coração para conseguirem manter as suas portas abertas.
Nas academias de dança de salão, pipocando a cada canto, apenas 30% de seus alunos freqüentam os bailes promovidos pelas mesmas.
A verdade é que a cultura do nosso município ou estado está vinculada atualmente aos bares e às festas particulares.
A tradicional família mineira adora eventos como casamentos, 15 anos, formaturas, aniversários de 30,40, 50, 60, 70, 80, 90 anos, bodas de rubi, pérola, prata, diamante, reuniões de primos, tios, chás da tarde, ou seja, sempre dentro do seu núcleo com abertura para alguns amigos íntimos e pouquíssimos “sapos”. Adoramos uma boquinha livre.
Botecos são milhares - haja bafômetro. Com certeza a arrecadação de multas seria gigantesca se realmente a fiscalização fosse feita. Parece que conversa fiada e fofoca são nossos cargos chefes.
Para piorar a nossa situação que trabalhamos com eventos de dança de salão, o mineiro tradicional não se acostuma com as noitadas. Caso haja um evento programado não sai nem na véspera e nem no dia posterior. Estou enganada?
O jovem animado de hoje muda radicalmente de atitude quando se torna coroa. Existe uma preguiça crônica. Para piorar, o computador a cada dia deixa as pessoas mais sentadas e sedentárias do que nunca. Não somos iguais aos cariocas, paulistas ou baianos onde as casas noturnas funcionam quase todos os dias da semana e eles têm ânimo e motivação para sair sempre.
Quando inauguramos o Pé de Valsa, há dezoito anos atrás, achamos que teríamos uma casa noturna além da academia. Foi uma utopia... Os bailes são de quinze em quinze dias e, a toda hora, temos que inventar formas diferentes para motivar os alunos ou convidados.
Os únicos bailes, que já presenciei cheios, são os da terceira idade, cujas pessoas nasceram com a cultura de ir ao baile. Como ficará daqui a vinte anos?

Elaine Reis é instrutora especializada em dança de salão da "Academia Pé de Valsa"- BH - divulgando a dança como forma de cultura, arte e lazer.

3 comentários:

Vinícius disse...

Olá. Faço dança de salão há alguns anos (gosto muito, inclusive) e apresento algumas observações sobre as dificuldades que (creio) temos (i.e., freqüentadores) nos bailes aqui em BH (pelo menos, quando comparados a alguns bailes em São Paulo que pude comparecer).

* A primeira dificuldade para a presença freqüente nos bailes é a (falta de) regularidade dos bailes. Temos em BH semanas que não tem nenhum baile pra ir; noutras, 5 ou 6 bailes na mesma noite! Tenho a impressão que algumas escolas de dança de salão marcam bailes na mesma noite que outras com o objetivo de impedir que seus alunos conheçam outras escolas. Será?

*Uma outra dificuldade é o acesso aos bailes: bailes em bairros afastados do Centro tendem a atrair somente alunos da escola que os promovem e quem mora próximo do local desses bailes.

* Em relação aos bailes temáticos (e.g., festas à fantasia), penso que atraem mais pessoas que não dançam, pela curiosidade, do que dançarinos. Geralmente, têm apresentações e/ou dinâmicas, que interrompem o baile e quebram seu ritmo. Por que não um baile onde somente tocassem as músicas, ininterruptamente, até o final? Um caso particular são as festas de aniversário das academias, cujas dinâmicas somente interessam para quem é da academia; pra quem foi conhecer e dançar, mesmo problema de quebra de ritmo, etc...

* Em relação aos bailes que incluem alimentação no preço da entrada, também me parece uma péssima idéia. Se meu interesse fosse jantar, não teria saído pra dançar! Ou teria feito isso antes (ou depois). Por que penalizar quem só foi ao baile pra dançar?

* Falando de alimentação, acrescenta-se outra dificuldade: o que comer durante o baile? Dificilmente, haverá algo diferente de bombons e/ou comidas pesadas, água (com preço variando de R$2,00 a R$4,00!), refrigerante e cerveja. As únicas exceções de que tomei conhecimento são: 1o. baile da Caravana da Dança, onde a lanchonete era excelente, com muitas opções de salgados e bebidas, a preços acessíveis; e Baile da Cênica, no Barroca Tênis Clube, com menos opções, é verdade, mas razoável.

* Por fim, em relação aos preços. Já vi bailes ou práticas abertas ao público por R$5,00, R$10,00 até R$15,00. Mas também já vi de R$20 até R$40,00! Seja porque incluem alimentação no preço da entrada, porque terá apresentações (que, repito, geralmente atraem quem não é dançarino, por curiosidade), seja por outros motivos. Entendo, cada um vai onde quer e pode pagar, mas pra quem quer sair somente pra dançar, quando não há opção (ou a opção é R$20 ou mais), o que fazer? A resposta é simples: não será ir ao baile de dança de salão, em função de todas as dificuldades acima e/ou outras. É possível pagar menos (talvez, mas não conte com isso) e ir pra uma boate, casa de show ou mesmo o referido buteco com amigos. E digo isso com nenhuma satisfação, pois, preferiria estar num baile todas as sextas-feiras e sábados, do que ficar disputando espaço em casas de samba com quem não dança...

lopes dance disse...

Eu dancei meus passinhos de jazz de 78 a 96.Dai em diante,veio o axé de coreógrafia do Gera Samba,que mais tarde viraria È o Tchan.O que quero dizer com isso?Belo Horizonte é como uma esponja,absorve tudo quanto é ritimo.Aqui têm country,têm axé de ritimos variados como,micaretas, ex:(Asia de Aguia,Jamil,Chiclete,etc...),(samba duro,como,oz bambaz,psirico,é o tchan,etc...),(axé pop,como.Babado Novo,Ivete,D.Mercury,etc...),( e axé afro,como,Timbalada,e Olodum.)Também têm:dance music,música eletrônica,brega,gospel etc.Entretanto, BH têm excesso de academias de dança de salão,e a maioria quer fazer bailes.Ai o publico fica dividido,fazendo com que os bailes não fiquem tão bons.Quando se têm uma pizza de 4 fatias grandes,dá pra alimentar 4 pessoas,mas se chegarem mais 4 amigos e quizerem um pedaço da mesma,ai ficaram 8 insatisfeitos.O publico da dança de salão é um publico grande,mas não alimenta a todos.

Anônimo disse...

Eu dancei meus passinhos de jazz de 78 a 96.Dai em diante,veio o axé de coreógrafia do Gera Samba,que mais tarde viraria È o Tchan.O que quero dizer com isso?Belo Horizonte é como uma esponja,absorve tudo quanto é ritimo.Aqui têm country,têm axé de ritimos variados como,micaretas, ex:(Asia de Aguia,Jamil,Chiclete,etc...),(samba duro,como,oz bambaz,psirico,é o tchan,etc...),(axé pop,como.Babado Novo,Ivete,D.Mercury,etc...),( e axé afro,como,Timbalada,e Olodum.)Também têm:dance music,música eletrônica,brega,gospel etc.Entretanto, BH têm excesso de academias de dança de salão,e a maioria quer fazer bailes.Ai o publico fica dividido,fazendo com que os bailes não fiquem tão bons.Quando se têm uma pizza de 4 fatias grandes,dá pra alimentar 4 pessoas,mas se chegarem mais 4 amigos e quizerem um pedaço da mesma,ai ficaram 8 insatisfeitos.O publico da dança de salão é um publico grande,mas não alimenta a todos.