segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Texto: Campanha de Cidadania na Dança de Salão

por Elaine Reis - Academia Pé de Valsa/BH/MG

Dizem que "nada se cria, tudo se copia". Brincadeiras à parte, imitando as campanhas de trânsito que estão sendo vinculadas nos meios nobres de comunicação, aqui estou pedindo aos professores para enfatizar em suas aulas deveres que estão faltando nos cidadãos dançantes.

Como formadores de opinião que somos, é imprescindível que alertemos nossos alunos para alguns fatos que estão acontecendo corriqueiramente.

É inadmissível as pessoas pararem no meio da pista para conversar. Esta semana uma aluna me narrou uma cena que me assustou. Ela disse que foi a um baile e nele havia um grupo de mais ou menos sete pessoas conversando quase no centro da pista. Os minutos iam passando e, para seu assombro, chegaram mais duas pessoas para o bate papo. E o pior estava por vir. Um dos casais que estava dançando na pista encostou sem querer em um dos membros da conversa alegre e este “ser” fez cara feia para os dançarinos. Pooooooooooode?

Outra dica: independentemente de estar certo ou errado, se trombar em um indivíduo, favor pedir desculpas! Não dói, não arranca pedaço, e faz muito bem. Levei uma "saltada" esses dias e meu pé ficou latejando a noite inteira. A agressora viu toda a cena e foi incapaz de pedir desculpas. Olhou dentro dos meus olhos e não fez nada. É muita falta de educação!

E um alerta geral: Quem disse que pista de dança é meio de circulação para pessoas que não estão dançando?

Minha gente, para ir ao banheiro, bar, pagar conta, conversar com amigos não se passa no meio da pista como se ela fosse uma avenida. A ronda no sentido anti-horário é só para os casais dançantes.

Fui a uma festa de casamento no Buffet Catarina. Estava dançando com meu marido e um homem teve a audácia de parar a nossa dança para pedir ao meu par que me emprestasse a ele. Veja bem: era aluno de alguma academia, que talvez nem sabe muito bem as regras de bom comportamento. Essa abordagem me chocou. O cara nem esperou que estivesse sentada. Deve ter me achado com cara de isqueiro ou moeda corrente. Para os cavalheiros que queiram chamar uma dama conhecida que está acompanhada é de extrema importância que se acene ou peça licença para o acompanhante. Muitos casais que fazem aula de dança se recusam a ir aos bailes por causa da falta de educação dos cavalheiros em formação. Deixe a informalidade para as damas que estão desacompanhadas.

Estas cenas devem ser motivo de reflexão para pessoas que querem trabalhar com a dança de salão, pois técnicas e passos são importantes, porém ética e educação são essenciais.

Todos estes assuntos devem ser ensinados em sala de aula. Um bom professor faz a diferença no cidadão.

Elaine Reis é instrutora especializada em dança de salão da "Academia Pé de Valsa"- BH - divulgando a dança como forma de cultura, arte e lazer.

BH Dança de Salão.com.br muito sobre a dança de salão de Belo Horizonte

2 comentários:

Anônimo disse...

Bem oportuno esse comentário da Elaine do Pé de Valsa.
Me lembro de ter ido a um baile a cerca de 3 anos no RJ e fiquei boquiaberto por ver tantos casais fazerem a ronda HARMONIOSAMENTE. Foi incrivel! Como pode ser incrivel algo que deveria ser no minimo obrigação né? Eu vou a muiiiitos bailes. Por isso faço minha avaliação pessoal de cada local e seus diferenciais: Não vou citar nomes das escolas..( não é minha intenção condenar,julgar, pois as pessoas que lêem o blog podem concordar ou não; Não quero ser incentivo para uma ou outra escola. O ideal é que cada escola faça um bom trabalho e leve as pessoas para o baile por seu prórpio mérito ).

Fui a um baile a cerca de 1 mês e o professor interrompeu o baile 3 vezes para pedir "POR FAVOR, DANCEM EM RONDA, SENTIDO ANTI HORARIO". Há quem diga que isso é um absurdo, não é delicado fazer isso no baile e eu concordo, porém o baile estava tão "estranho" que eu bato palmas pela coragem. assumir os problemas é importante.

Lamentavelmente ainda existe escola que promove baile com "aulão" ! Humildemente, acho isso um grande desrespeito. Todo santo dia o mesmo aulão, as mesmas coisas em um baile ! Sou obrigado a pagar para ter meu tempo de baile interrompido ! Quem quer fazer aula , paga para ir fazer isso na escola e com mais qualidade. Observem qtas pessoas ficam indignadas nesses eventos, mas ninguém reclama né ? Paciencia.

Quantas vezes vcs foram em bailes que estavam impossiveis de dançar por causa da quantidade de gente no local ? Eu já fui em muitos ! Se o lugar cabe 150 estourando, entram 200 ou mais... o mais importante é o dinheiro que entra né !?

Onde foi parar a nostalgia, a educação e a verdadeira dança de salão ? Os bailes socializavam as pessoas.. Ultimamente as "tribos" não falam a mesma lingua.

É lambada zouk , lambada, ou zouk ?
É Salsa no 1 , no 2, salsa cubana ?
Samba do Jaime, Jimmy, samba Rock ?

Vejam como a dança muda e poucos se dão conta :

Ultimamente só se ouve falar em congresso de Salsa; Congresso de Samba; Congresso internacional de Zouk; Congresso de "Swing"; Congresso Intercontinental de tango; Congresso de ritmos quentes, latinos etc etc...

Baile de tango, baile de zouk, baile de Samba... Só se separam as pessoas !!

Quando vc entra na escola normalmente vc se inicia pelo bolero, samba , soltinho ou forró. O brasileiro começa com 3 ou 4 ritmos. Na Argentina valoriza-se mais o tango e por ai vai.

Existe baile de forró ? Não conheço. Conheço casas como o Lapa, Forró do Trevo, Ziriguidum, que trazem bandas de forró, oferecem catuaba, cachaça, cigarro etc e tals.. O publico normalmente é de jovens; Mais se "azara" do que se dança; A musica é de péssima qualidade e no final das contas, na falta do "auê" esses jovens quando vão a um baile de dança de salão ficam bebendo e fumando no meio do salão de dança.

Sinto pena de quem é professor de verdade. Daqueles que estudaram mesmo. Imagino quantas semanas e finais de semana fora de casa suando em cursos e conceitos novos.
Muita gente ai sai da escola como bolsista e abre uma academia.
A falta de preparo de alguns muitas vezes condena os profissionais de verdade.

Continua....

Anônimo disse...

Continuando...

Alguém já se perguntou por quanto tempo um aluno permanece numa escola ?

Turmas homogeneas ? Com que frequencia alunos de uma turma são substituidos por outros novos.

Qual linha de dança ou metodo essa escola trabalha ? Já teve professor que nem entendeu essa pergunta. rss

Se as escolas estão acomodadas, os alunos também estão. Não exigem, não questionam e a qualidade tende a cair mesmo.

A cerca de 1 ano pra cá tenho me sentido muito desmotivado a continuar dançando. Frequentemente viajo a outros estados e faço minhas comparações: SP e RJ estão disparadamente a frent1e da qualidade na dança de salão. Tem academia por aí que só aceita professores se os mesmos possuem no "minimo" um curso superior.
BH não tem nem mesmo um local "neutro" destinado a se dançar a dois. Impera os bailes de academia que muitas vezes não misturam as culturas.
São Paulo tem as casas noturnas que fizeram da dança uma balada.
O RJ ainda mantém os bailes em clubes grandes, pois muitas academias são pequenas e lotadas.
Em BH os donos de academias põe seus alunos debaixo das asas; Não os incentiva a sair pra dançar em outros locais ficando apenas a mercê de sua propria curiosidade.

Há donos de academias e professores que não fazem nem mesmo o social, não divulgam seu trabalho, onde vão se apresentar.

Voltando a questão dos bailes: Recentemente fui a um baile próximo de Contagem e vejam como BH está na "segunda divisão da dança de salão".. Um salão enorrrrme, mesas bem dispostas, decoradas, fora do limite do salão de dança, serviço de bar fora da rota do salão, boas musicas, sequencias de 3 em 3 ritmos, apresentações dos bolsistas e professores, apresentação de convidados e cerca de APENAS 700 PESSOAS NO BAILE. O unico senão na minha opinião foi a luz que estava um pouco fraca... e o que é uma luz entre tantos cuidados com os alunos e dançarinos de outros locais né?
As escolas de BH estão muito desatentas e acomodadas. Imagino que como eu, muitas pessoas se sentem também desmotivadas a sair de casa ou de outros roteiros mais interessantes.

Por enquanto são essas minhas palavras, espero que não se ofendam os donos de academias, professores, pois éssa é minha opinião pessoal.

Grato ao Wilson pelo espaço destinado aos comentários.