quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Texto: O primeiro baile


por Elaine Reis (professora e proprietária da Academia Pé de Valsa)

Como é difícil enfrentar o primeiro baile!
Entre os casais novatos, sempre há pessoas mais corajosas e outras mais tímidas, mas pelo menos já possuem a estrutura necessária para entrar na pista, o par.
Para as mulheres avulsas, apesar do constrangimento de chegar sozinha em um ambiente ainda desconhecido, é mais fácil, pois sempre há um cavalheiro já dançante a espera de uma dama. Sei que não é de bom tom falar, mas muitos antigos dançarinos estão à espera de “sangue novo no pedaço”.
Para os novos cavalheiros é a morte. Desculpe a minha franqueza, mas é a realidade. Mesmo com ajuda de algumas bolsistas, tenho casos de alunos na academia que demoraram uns dez bailes para ter coragem de entrar na pista. Lembro da cena repetida de vários homens escondidos atrás de um copo de cerveja ou alguma bebida destilada para poder ter coragem, ou seja, realmente para o calouro é complicado ver a “galera” já detonando. Entretanto, tenho a satisfação em dizer que hoje são seres dançantes.
Ao chamar os iniciantes para conhecer o baile, sempre dou algumas dicas para eles não desistirem.
A verdade é a melhor ferramenta. Sempre digo que, no início, o sentimento é de uma profunda impotência. Tenho certeza que muitos devem estar se questionando: “o que eles têm que eu não tenho?”
A resposta é simples e rápida: eles possuem mais tempo de aula... e ponto. Tudo é uma questão de tempo e de um pequeno impulso.
Amigo (a), depois deste mínimo impulso sua vida modificará para sempre e para melhor. Seu coração vai bater mais rápido, principalmente se tiver tocando aquela música que você adora. Sua garganta ficará um pouco seca, mas ao chegar à pista um sabor de vitória contagiará o seu corpo.
Dance com a alma, o corpo só é o mecanismo. Lembre-se de que a alma nunca te trai o corpo sim.

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