quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Texto: 20 anos, quanta diferença!

por Elaine Reis - Academia Pé de Valsa/BH/MG

Há mais ou menos vinte poucos anos atrás, ingressei no mundo da dança de salão. Dançávamos em gafieiras e em algumas casas noturnas. Música ao vivo, banda, conjuntos ou orquestras. Realmente era glamoroso.
Mulheres vestiam seus melhores vestidos, saias rodadas e calçava sapatos de salto agulha. Sempre fui tarada com sapato de salto alto, ficava encantada com a variedade de modelos e cores.
Homens bem trajados, elegantes e perfumados.
Preparávamos com capricho para irmos ao baile. Chegávamos antes de o conjunto começar. Existia um frenesi inicial, quando a banda dava seus primeiros acordes, meu corpo arrepiava e o coração disparava. Que magia e que saudade!
Dançávamos, parávamos para comer, beber, fofocar e voltávamos a dançar.
As gafieiras em geral só tinham para oferecer azeitona e queijo em cubinho, mas as casas de bailes tinham tira-gosto delicioso.
Acho que minhas colocações vão acabar voltando em um tema já abordado: “baile - baixa freqüência”.
A “moçada” acima dos quarenta perdeu a motivação e o entusiasmo de ir aos bailes modernos.
O glamour morreu.
A proliferação das academias e a evolução natural da dança acabam afetando a tradição e estas mudanças podem ser positivas ou negativas.
Eu mesmo, hoje, já prefiro dançar com música mecânica. Desculpem os músicos, sem querer generalizar, mas fui a um baile no Rio de Janeiro com conjunto e era magnífico. Parecia que os discos dos cantores estavam tocando de tão idêntico! Aqui a nossa realidade na maioria das vezes é outra.
Instrumento de sopro, que coisa linda. Foi substituído por not book, i-pod, mp3, que pena, mas é a realidade.
Nesta história além do glamour quem saiu mais prejudicado foram os donos de bandas e afins.
Continuando o lamento, temos que nos adaptar à nova concepção. Pessoas vão aos bailes sem vontade de comer nem sequer uma porção de batata frita, com calça jeans e tênis de dança. Coitados dos donos de bar.
Pelo amor de Deus, não existe coisa mais feia, horrorosa e pavorosa que o tênis de dança. Com certeza será o tema do próximo texto. Até breve.

Elaine Reis é instrutora especializada em dança de salão da "Academia Pé de Valsa"- BH - divulgando a dança como forma de cultura, arte e lazer

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