quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Texto: Bate papo


por Elaine Reis

Estava em uma lanchonete com pessoas que estão tornando-se mais próximas de outras empresas de dança de salão. Em um mundo competitivo como nosso, e que o público não é tão grande assim, é natural ficarmos com receio de expor determinadas idéias e assuntos mas, devagarinho, começamos a abrir a guarda. Talvez por uma afinidade de energia ou simplesmente porque cada pessoa respeitava a hora de falar e,  sinceramente, estávamos "com a gaveta vazia".

Os assuntos foram vários: banais e extremamente importantes. Alguns me chamaram atenção e outros já foram abordados em outros artigos. São eles: Qual o perfil das pessoas que estão freguentando os workshops? Alunos? Pessoas que querem se tornar profissionais? Sendo assim, qual o nível das turmas? Dizem nas propagandas que será um nível e ao chegar, vê que é outro. Qual é a verdadeira finalidade destes congressos?

Profissionais quase não recebem para trabalhar. Aliás, regredimos no tempo, pois a forma de pagamente é a troca e a permuta. Vai ao meu que eu vou ao seu.

Os bailes destes congressos geralmente estão lotados. A galera mandando ver. "Pavão" de um lado, "pavão" de outro disputando espaço. Onde estão os alunos nesta hora? Com certeza não estão no páreo.

E os nossos bailes do dia-a-dia, todos estão “meia boca”, a não ser que seja o dia do aniversário do professor. Degradante.

Ficamos sabendo e tive inveja branca: em plena quarta-feira um evento de forro ao vivo conseguiu 2000 pessoas. O que estamos fazendo de errado?

Falamos também sobre os cursos relâmpagos de férias anunciados: "Aprenda em 4 aulas", favorecendo a idéia que dançar é fácil. Assim a maioria entra e sai desmotivada, pois sabemos que a realidade é outra. Doze aulas já são complicadas. Imaginem quatro!

Entendo perfeitamente que estes anúncios são uma forma de atrair público em uma época difícil como janeiro e fevereiro, mas se o profissional não for bom o suficiente para explicar ao aluno o sentido real de dançar bem, o tiro com certeza sai pela culatra.

O que era para ser atrativo virá uma propaganda enganosa e isto reflete para todo meio da dança.

Não tivemos solução para nada, mas foi de grande importância.

Precisamos ter mais debates, afinal todos querem viver dignamente.

Elaine Reis é professora e proprietária da Academia Pé de Valsa

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