terça-feira, 29 de junho de 2010

Texto: Netos de profissão






por Elaine Reis (professora de dança de salão e proprietária da Academia Pé de Valsa)

Tive infinitos professores e sou eternamente grata a todos.
Dizem que o primeiro sutiã a gente nunca esquece, mas... Eu esqueci. Parece brincadeira, mas, como tinha problema de crescimento, desejei tanto e demorei tanto para precisar usar que não me lembro do meu primeiro. Em compensação, nunca me esqueci dos meus primeiros professores de dança: Romilton e Chocolate da gafieira Estrela.
O primeiro era também instrutor de auto-escola (inclusive, tirei carteira de habilitação com ele) e o segundo era pedreiro. Pessoas simples que aprenderam a dançar na vida, super simpáticos e carismáticos, com uma condução forte que arrastava qualquer mulher para as pistas de dança. Sem muita explicação dos movimentos, iam dançando e quem tinha facilidade aprendia. E esta era a forma de ensino há vinte poucos anos atrás. Essa é a nossa história e era a forma de ensino de várias décadas passadas...
Acreditem se quiser, mas foi aí que apareceu um visionário que acreditava que aulas particulares poderiam ser substituídas por aula em grupo e que pessoas com dificuldades em apreender poderiam ser seres dançantes se houvesse uma forma didática de ensino.
Fui aluna deste ”cara” e fui assessorada por seus pupilos por mais de dez anos.
Deitada em nossa cama, eu e meu marido, estamos carecas de vê-lo em toda mídia nacional. Não sou puxa saco, mas sou profundamente abençoada por ter tido a chance de aumentar os meus conhecimentos com esta pessoa.
Recordo-me de um fato. Dezenas de pessoas estavam no Rio de Janeiro fazendo um work shop e, no final do curso, resolvemos fazer uma vaquinha e dar um presente para o grande mestre. Com o dinheiro arrecadado, compramos uma camisa de cambraia de linho amarela - o que era bem usado na época. Ao receber, ele ficou completamente emocionado, pois a sua camisa amarela já não existia, uma vez que tinha sido doada a sua companhia de dança. Tudo em favor da arte!
A coragem faz parte deste ser que há mais de quinze anos atrás teve a ousadia de fazer o primeiro congresso internacional de dança, trazendo diversos professores do exterior e apresentou ao Brasil o que era Ballroom Dancing. Fiquei sabendo que, apesar de todo o trabalho que este evento necessitou, o retorno financeiro foi quase nulo, para falar a verdade acho que o “guru” teve que tirar dinheiro de seu próprio bolso para cobrir todas as despesas. Em compensação, mais uma vez foi o precursor de toda uma história de dança no Brasil.
Quem não entendeu o título, tem toda razão.
Hoje gostaria de dizer a este homem, como filha de seus ensinamentos, que ele já possui alguns netos de profissão, talvez em outras localidades até bisnetos.
Obrigada JAIME ARÔXA!

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