segunda-feira, 19 de abril de 2010

Texto: Só no rebolation

por Fábio Gomes Paulino (aluno de dança de salão e pós-graduando em Liderança e Gestão de Pessoas)

Coqueluche: por definição médica uma doença que ataca o sistema respiratório, de forma infecciosa e altamente contagiosa, adquirida pelo ar através de uma bactéria cujo hospedeiro é o homem. Seu período de incubação vai de seis a vinte e um dias tendo como principal sintoma uma insuportável tosse comprida.
O Brasil e suas doenças endêmicas... aquelas que ocorrem em uma determinada região e facilmente são espalhadas, é gripe do frango, do porco, febre amarela, mas atualmente estamos passando pela coqueluche do rebolation.
Para defini-la como “doença”, ou não, acho que a medicina vai se omitir e deixar que os céticos do plantão analisem as condições, no entanto os sintomas são claros: um corpo que se agita dos pés a cabeça mexendo as mãos, indo de um lado ao outro e rebolando sem parar, seu contágio é por meio do ar meeeessssmo, mas como estamos na era High tech o ar que espalha é o ar dos íons que antenas dos rádios utilizam.
O hospedeiro: o homem, porém seu vetor é outro homem que anda rebolando e “abaianando” novamente do Oiapoque ao Chuí. Quanto ao período de incubação já superou a doença oficial, estamos “rebolando” e este "estamos" inclui eu, você, nossos filhos e até os presidenciáveis, desde o carnaval, lá se vão, vamos ver, mais de quarenta dias... (será uma quarentena?!?!?!?)
Realmente os tempos são outros, as doenças, os vírus e as vacinas também... será a mutação dos genes, do nosso ouvido?!?!?!?!
Mas acima de tudo damos á mão à palmatória, se é para fazer as pessoas se alegrarem, cantarem e por um momento, ainda que um momento, cada vez mais fugaz, esquecerem de suas mazelas e se sentirem o povo mais feliz do mundo, o brasileiro é mister na criação de canções e jeitos de dançar. Mérito mais uma vez da Bahia que sempre acerta, hora no alvo, hora no ouvido das pessoas.
E assim o brasileiro segue, entra ano e sai ano, aguardando a “música do ano” e rebolando para enfrentar seus problemas, equilibrar os pratos das contas do mês e caminhar na corda bamba de sombrinha, como cantou Elis Regina, no dia a dia.
A onda agora é mesmo estar no Rebolation. Quando perguntarem como enfrentar um dia duro de trabalho, estudar, cuidar da casa, equilibrar o orçamento, atingir as metas, permanecer nas margens... só no rebolation.


BH Dança de Salão.com.br muito sobre a dança de salão de Belo Horizonte

3 comentários:

Anônimo disse...

Não sou nada fã deste ritmo, mas algo temos que concordar , pelo menos está fazendo os homens rebolarem, colocando o preconceito de lado e ajudando-os da dançar, tomara que saia ganhando no final a dança de salão, com homens que lidam melhor com seus corpos de forma mais livre, soltos e sem amarras preconceituosas. Vamos torecer.................

Fernanda Freitas disse...

Mas será que é um rebolar que desejamos dos homens? A soltura dos tais deve ser na soltura de seus próprios egos. Sentir é ser livre e para ser livre não é o rebolar que é dá garantias. Ser livre para sorrir quando convida uma dama, independente se ela está acompanhada ou não. Um sorriso é um ato de graça e simpatia, nada tem haver com uma "cantada". Se gentil o suficiente para levar a dama até o local onde ela estaria com os seus, mesmo que tenha sido esta mesma dama a ir até o cavalheiro e o convidar.
Ufa! Será que é o rebolar do dia a dia na correria do trabalho que tiram essa sensibilidade? Sinto que o "REBOLAR" do dia a dia anda metendo medo em todos, não somente nos homens, de ser gentis, de serem agradáveis e meigos. Ainda outro dia, uma aluna disse que um colega de sala era sensível e ele foi alvo de deboches ao longo da semana!
Ai... Aí penso, a adesão a coqueluches do omento se dá muito mais pela falta de sensibilidade. Pelo vazio e falta de referencial.
Homens, os adoro quando sensíveis, amorosos e divertidos! Capazes de surpreender!
Mulheres, admiro-as quando sorridentes, afáveis e gentis, capazes de se comoverem e serem solidárias.
estou precisando parar de refletir tanto e começar a rebolar! kkk

Ainda em tempo: Tenho amado os textos do Fábio. E vocês?

Unknown disse...

Concordo com a Fernanda, os textos do Fábio estão a cada dia melhores e os temas bem elaborados.
Mas vamos ao "Rebolation", mesclando as opiniões ao texto, a Fernanda, mais uma vez, ganhou a minha simpatia.
Penso que não só nos dias atuais, mas no dia-a-dia, muitos têm "rebolado" para manter a dispensa cheia, uma vez que já fomos considerados "o país da corda bamba", o povo dança para esquecer, pra lembrar, pra chorar, pra se divertir, pra sorrir, enfim, pra VIVER! Seja Rebolation, Créu, Tchan ou Onda... manifestamos nossas frustrações e alegrias com o corpo,pois não dizem que "o corpo fala", então... estamos falando, ou melhor pedindo: s-o-c-o-r-r-o!