segunda-feira, 3 de maio de 2010

Texto: Espertinhos e espertinhas


por Elaine Reis (professora e proprietária da Acadmia Pé de Valsa)

Como controlar esta “raça”?
Fico analisando alguns casos de grande freqüência para conseguir achar uma solução dentro da academia. Mas nem sempre consigo.
Vamos aos fatos. Aula experimental para iniciante em aula coletiva é uma prática muito comum, mas tem cliente abusando. Fiquei sabendo de um grupo de pessoas que resolveram fazer aula experimental e ficaram quase dois meses freqüentando várias academias de BH sem nenhum tipo de investimento financeiro.
Como diz minha avó Idelzita: o mundo está mesmo mudado!
Para minha perplexidade, me deparei com este bando. Em um determinado dia, fui informada que um casal de alunos não poderia fazer aula no horário de costume. Daí, aproveitando à hora de folga, fui à outra escola para entregar um cartaz de divulgação de um baile.
Chegando lá, encontrei com o mesmo grupo que tinha ido ao Pé de Valsa há uma semana. Estavam conversando com a atendente; portanto, não me viram ou não me reconheceram. E fiquei branca ao perceber que o discurso era exatamente o mesmo!
É obvio que, quando chega um grupo de pessoas, ficamos animados com a possibilidade de captar futuros alunos e ficamos cegos para pequenas artimanhas.
Decidimos que, dentro da escola, a aula experimental de aula coletiva funcionará da seguinte forma: o cliente faz a aula. Se gostou e vai continuar na turma, esta aula é cobrada na mensalidade.
Esta atitude não elimina o risco do provável “sete um”, mas fazer o quê?
Outra malandragem que quero citar vem por parte dos próprios profissionais, ou melhor, dos que se dizem “profissionais”.
Só Deus sabe a dificuldade de captar e manter um aluno! O que fazemos com pessoas que tiram estes alunos de dentro da empresa e oferecem sorrateiramente para fazer aulas em outro estabelecimento para que possam ganhar mais? Normalmente, vão às casas dos alunos e o dinheiro fica todo pra ele, pois acham que não têm que dividir a porcentagem com a academia.
Além da questão de sobrevivência da empresa, já que nossas obrigações são gigantes, aqui está uma questão mais séria. Esta atitude atrapalha toda uma postura social que a dança se propõe.
Estes clientes não se socializam, não desfrutam dos bailes, não saem do cotidiano de sua casa, enfim, todo o ciclo se quebra. É como se nós tirássemos da cadeia alimentar a parte primária de todo o processo.
Depois reclamamos que os bailes estão vazios...
Galera, tudo está ligado, temos que ser coerentes!
Posso dizer que já ajudei vários "profissionais" a pagar a sua faculdade e suas contas mensais, pois o recurso financeiro para isto foi proporcionado dentro da empresa.
É... tudo tem seu lado bom. Será que estas pessoas têm consciência?

BH Dança de Salão.com.br - muito sobre a dança de salão de Belo Horizonte

3 comentários:

Anônimo disse...

Bem, quanto a malandragem não há mesmo remedio, ams quanto aos profissionais que tiram o aluno da escola, vejo algumas coisas que podem ser levadas em consideração pelos proprietarios.
Vcs estao cobrando o valor adequado? Sem querer ganhar muito em cima dos professores contratados e por via dos alunos???
Vcs valoriazam este profissionald a escola??? Pq sinceramente já vi muita escola que nao valoriza o profissional e nao digo em termos de pagamento digo em valores de postura, profissionalismo e que estao a anos nas escolas e estas os tratam como apenas mais um funcionario, nao sou da malandragem , ams se uma escola me tratasse assim pode ter certeza q se meu aluno me propusesse dar aula pra ele na casa dele eu aceitaria. O que quero dizer é que muitas vezes sabemos julgar o outro, mas nao conseguimos perceber nossos defeitos. Não sou prof de dança, sou apenas um amante dela, mas estas atitudes me indignam.

Anônimo disse...

Eles podem ser espertinhos ou estarem realmente procurando a escola que lhes agrade..........

Cassiano Rosa Rodrigues disse...

Concordo com o primeiro comentario, muitas vezes as escolas não pagam os profissionais, o suficiente para que estes sejam exclusivos dela. Em outros casos, o horário disponível para o aluno é incompativel com os horários da academia. Eu não vejo problema algum em ir a casa do aluno dar aulas particulares. Vejam o que acontece comigo, eu sou vinculado a uma academia, mas dou aula em outra tambem, pois a academia em que sou vinculado, não esta disposta a pagar pelo meu tempo ocioso. Antes de pensarmos na sobrevivencia da empresa, temos que pensar na sobrevivencia das pessoas, que ajudam a sustentar esta empresa, que são os profissionais.
Olhando pelo lado social, fica claro que os alunos perdem muito, com as aulas particulares. Eu procuro expor para eles, que na aula em grupo eles vão conhecer e dançar com pessoas diferentes, vão se interagir e trocar opiniões com pessoas que estão no mesmo nivel delas. Mas ai fica para o aluno escolher o que ele quer, quais sao suas metas e objetivos com a Dança de Salão. Com relação aos espertinhos(as), isto acontece muito, pessoas que vão pulando de academia em academia, apenas para pegar um passinho ou outro. Mas se esquecem que a dança não é feita apenas de passos, e que tem bastante coisa por tras deles.
Parabéns Elaine pelo texto,

Cassiano.