terça-feira, 11 de maio de 2010

Texto: O simples (o que a dança de salão significa na minha vida)

por Valéria Rocha Fonseca

Resolvi escrever o que a dança significa para mim, para que outras pessoas possam saber o que passa pela cabeça dos alunos e para isso, peço licença aos leitores do blog para iniciar com o meu depoimento. Gosto de dançar desde criança, mas a dança não fazia parte da minha rotina. Tinha outras prioridades, tais como estudar, trabalhar e viajar, buscar realização profissional e independência financeira, etc, etc.

Casei-me com um atleta, que também gosta de dançar, mas o sentimento dele era como o meu. Afinal tinha os treinos, seleção brasileira, campeonatos, trabalho, estudo, etc. Passei pela vida de casada, de mãe, de filha, de amiga, de profissional e me dei conta de que era uma pessoa totalmente sedentária, cansada, uma estressada contida, na realidade.

Buscando uma qualidade melhor de vida (obviamente depois dos trinta), sempre para diminuir o stress da profissão que abracei, resolvi jogar vôlei no time de mães da Escola das minhas filhas.
Veja só o pensamento: “assim posso fazer duas coisas ao mesmo tempo - estar com as minhas filhas por perto, participar da vida esportiva delas (treinávamos nos mesmos horários) e me exercitar prazerosamente.” Nós mulheres, só pensando em fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Tive oportunidade de disputar campeonatos e num deles me machuquei. Após o diagnóstico médico, optei por parar de jogar e fiquei perdida na escolha de algum exercício físico. “Detesto academia, não gosto de caminhar, nadei a vida inteira e não quero voltar”, e assim por diante.

Foi então que, por intermédio de uma amiga, assisti a uma aula de dança de salão. Claro que num sábado, porque durante a semana era impossível fazer qualquer atividade “extra-curricular”. Os horários estavam todos tomados, afinal eu também sou mãe e dona de casa, executiva e ainda fazia pós-graduação. (UFA cansei só de me lembrar...).

Não foi difícil gostar da aula e tentar o desafio. Matriculei-me, fui com a cara e a coragem tentar dançar também. Na primeira aula vi que não era tão simples quanto apenas balançar o esqueleto... Aos poucos fui me soltando e conseguindo sair do lugar com certa facilidade.
A partir dessa escolha, nunca mais saí das aulas de dança, posso dizer agora que sei dançar direitinho. Gostaria de dançar melhor, é verdade, mas ninguém é perfeito não é!  Fiz excelentes amigos, ganhei namorado, passei a freqüentar os bailes das academias e sempre chamei os homens para dançar, sem dó nem piedade. Quando eles me dizem não (o que raramente acontece), procuro um que queira, ou seja, no mínimo, gentil em aceitar meu convite. Reunimos uma turminha que gosta de dançar, jovens, menos jovens e saímos quase todos os finais de semana, em bando, para fazer a nossa prática semanal.

Resumindo:
Esta atividade me rendeu um lucro inesperado: várias amizades, tanto homens que sabem realmente dançar e são cavalheiros, quanto homens aprendizes igualmente gentis, mulheres felizes, bem resolvidas na vida, que buscam qualidade de vida.
Bons bailes, péssimos bailes, gente de todas as idades, bonitas, feias e mais ou menos, pavões ou não, mas todos com a alma lavada praticando a coisa mais simples do mundo – a alegria!

Seja com DJ ou sem DJ, em ronda ou sem “direção defensiva”, com crítica ou sem crítica, somos alegres do mesmo jeito.

O maior bem que a dança nos traz é a alegria de saber que a felicidade está no simples! Basta executá-lo.

BH Dança de Salão.com.br muito sobre a dança de salão de Belo Horizonte

3 comentários:

Anônimo disse...

Valeria,

Muito bom depoimento.

Parabens

Fernanda Freitas disse...

ADOREI!!!!


E ISSO MESMO! a ALEGRIA É SIMPLES E SÓ!!!


PARABÉNS POR SEU TEXTO!

Unknown disse...

Obrigada pelos comentários, quem sabe outros alunos criem coragem e postem também suas estórias. Eis aí uma sugestão.
De cada texto publicado,sempre aprendemos alguma coisa!

beijos

Valéria