segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Texto: Relato enviado por e-mail à academia.


por Elaine Reis - Academia Pé de Valsa/BH/MG

Relato enviado por e-mail à academia. Depoimento autorizado pela aluna e que pediu sigilo absoluto da sua identidade. Assim, seu perfil, idade, profissão e nome serão protegidos.Como acho que este assunto é de interesse dos representantes das escolas, aqui está o desabafo de uma mulher que já faz aula pelo menos uns quatro anos.

Caro diretores,
Começo com a frase: apreender a dançar para quê?
Se vocês me disserem que aprendo para fazer um social, me divertir e exercitar nas aulas, fugir da minha rotina maçante, ter consciência do meu corpo, equilíbrio e postura ou até mesmo interpretar o corpo do parceiro em vez de ser arrastada por eles, concordo plenamente.
Mas na realidade quando entramos em uma academia de dança a nossa principal intenção é dançar em bailes e isto não acontece.
Como já tenho mais tempo de academia vejo o esforço em vão de vocês quando pedem os bolsistas para dançarem conosco e a má vontade com que executam esta tarefa e o encantamento quando estão dançando entre si.
Por sua vez a maioria dos alunos está acompanhada e os outros dançarinos não tem muito interesse em dançar se já sabem que não vão conseguir segundas intenções.
Acho que os verdadeiros pés de valsa estão em extinção.
Tive a esperança de ir a uns bailes de outras empresas para ver se conseguia dançar. Foi pior. Descobri que os bolsistas de outras escolas nem olham para sua cara, em algumas, chegou o professor responsável pelo estabelecimento me chamou para dançar e no meio da música já estava fazendo propaganda para mudar de escola, sem ética nenhuma.
Lógico que não tenho conhecimento de todos os ritmos, mas em alguns já não faço feio.
Já li a cartilha do chá de cadeira, melhorou um pouquinho, mas muito aquém dos meus sonhos.
Alguns de vocês podem pensar: "por que ela não arruma um namorado?" Já tentei a maioria era pé duro e dispensei.
Caríssimos, eu só quero dançar e ponto.
Percebo que muitas mulheres queriam mandar este depoimento, mas não tiveram coragem. Somos responsáveis por uma porcentagem alta no que se refere à aula particular, fazemos diferença para a empresa.
Por favor, me dê uma solução?

Aluna da Academia Pé de Valsa.

Elaine Reis é instrutora especializada em dança de salão da "Academia Pé de Valsa"- BH - divulgando a dança como forma de cultura, arte e lazer.

BH Dança de Salão.com.br muito sobre a dança de salão de Belo Horizonte

3 comentários:

Anônimo disse...

Caramba... Será que as mulheres pensam assim mesmo ?!

Vou comentar para a aluna " que preferiu ficar oculta nas suas convicções".

Bom... acho que assumir nossas dificuldades e enfrentá-las já é 50% da solução.
Conheço pessoas que fazem aula simplesmente para enxer o saco.

Fazer aula pra quê ? Otima pergunta ! Se todos admitssem a resposta, a dança de salão seria bem melhor.
Dançar é prazer, é dividir momentos e fantasias com outra pessoa; É contar uma história, interpretar a musica; fazer a respiração acelerar suavemente.. Dançar compreende tantas coisas que não cabem nesse texto, mas dançar é tudo isso diferente pra cada individuo... Acho que dançar é pra isso cara "aluna": Para ser diferente em cada pessoa.
A respota não está em professores, administradores de escolas. A resposta está dentro de voce. Tomar chá de cadeira é mais que justo para as pessoas que querem ficar indispostas no baile... Cruze os braços, encha sua mesa de cerveja, coma cebola e alho, esteja de cara fechada e principalmente, não chame ninguém "diferente" pra dançar... Essa é uma boa receita para um excelente chá de cadeira !
Anotem direitinho é facil de fazer !
Se voce quer "arrumar um namorado", creio que o baile não seja o melhor local. Namorados conquistamos por nós mesmos, por nossos valores.

Dançar bem é importante; respeitar a ronda, a condução, a proposta do cavalheiro, o enfeite da dama, o casal do lado, as pessoas no salão..São boas dicas, um bom começo para se "dançar e ponto". O resto depende de nossas amizades, simpatia, respeito com o baile que cada vez mais se perde no tempo.

É isso , espero ter ajudado. Agora repasse a ideia ao maior numero de mulheres que voce disse que correspondem ao seu texto.. Quem sabe o seu proximo baile seja diferente ? :)

Márcio Lopes disse...

Homens na dança de salão são a menoria.E quando vão em maior quantidade,nem todos sabem dançar.Eu danço com qualquer dama,menos com aquelas que me esnobaram quando comecei.Damas que dançam um pouco melhor,são mais requisitadas.Infelzmente.nem todos os homens vão ler seu comentário,portanto continuaram a asedia-la.Continue a dançar,e valorize quem te requizita a dançar.O ser humano e complicado mesmo,mas também muito previsível.Faça como o poeta Goular de Andrade."Não quero ter razão,eu quero é ser feliz"

Anônimo disse...

Sou leitora assídua do BH dança de Salão, leio alguns textos que concordo outros que não, mas enfim são opiniões pessoais das pessoas querendo refletir, da forma como podem, sobre a dança de salão.
Sempre tive vontade de responder, mas fico na berlinda, medo de ofender, medo de não ser entendida, mas enfim quem escreve esta dando “a cara a tapa”.
Em fim após ler o email da aluna, não consegui parar de pensar em tudo que venho lendo aqui neste blog, no que já vivenciei como bolsista de escolas e como amante da dança de salão.
Chá de cadeira não é necessariamente um privilegio pra ninguém, também já fui a bailes que fiquei a noite toda assentada e ninguém me chamou pra dançar, e olha que já danço a 6 anos e fui bolsista , então o problema não é saber dançar “direito”, se é que isso existe.
Amo dançar, a dança é algo que faz parte da minha vida e quando tento explicar não consigo, pois é algo que mexe tanto comigo que faltam as palavras......................
Mas voltando ao chá de cadeira.
Sempre que saio pra dançar nos bailes de BH, as pessoas que se aproximam de mim e me chamam para adentrar a pista são pessoas amigas, conhecidas, alguns que também não conheço e que se aproximam ou amigos de amigas que me são apresentados.
Na verdade uma teia bem tecida, como diz Fernanda em um de seus textos, pode ser uma solução não só para dançar nos bailes, mas para a vida, pois tenho pessoas que conheci na dança e que hoje fazem parte da minha vida fora da dança.
Se posso dar um conselho é esse : faça amizades no ”Meio da Dança”, esteja sempre disposta a dançar mesmo que o homem não seja o melhor dançarino, pois amanha ele poderá ser, sempre tive isso comigo!!! Pois um dia eu também não fui boa dançarina, me parece que os homens são mais generosos neste sentido. Nós mulheres temos a tendência a querer dançar apenas com bons dançarinos e que são sempre disputadíssimos, logo mal conseguem dançar uma musica conosco no baile.
Não se esqueça, se você ajudar um cavaleiro a se tornar um bom dançarino ele nunca te esquecerá, lhe será grato e você terá sempre um par pra dançar.
Outra coisa é a respeito dos bailes de academias que não fazemos parte.
Sim os bolsistas são da academia e na maioria delas a orientação é “dancem com nossas alunas, se der tempo com as outras mulheres”, se estão certos ou não, não entro na questão.
Acho que se você fizer amizade com pessoas desta escolas, alunos, bolsistas, pessos que lá frequentam, não ficará assentada, irá dançar na pista com seus amigos e não com um bolsista que pode estar dançando com você de forma obrigatória, que é a coisa mais chata, neh!!!
Chato pro bolsista e pra gente, nunca é bom dançar por obrigação, mas se rola empatia e amizade tudo pode mudar, e a dança se tornar um prazer, o que no meu ponto de vista deveria acontecer sempre.